sexta-feira, 16 de julho de 2010

Histórias que se perdem...


Não sabemos nada de nossa história, ou sabemos muito pouco. A ficha caiu esta semana em que estou fazendo uma série de reportagens para um jornal especial sobre os 50 anos de Marechal Cândido Rondon, que circula na próxima semana. Trata-se de um pequeno punhado de entrevistas que nem de longe cobre tudo o que de interessante aconteceu em Marechal Cândido Rondon desde 1950. Na verdade, é uma gota d’água em meio ao oceano.

Na linha da história, o nosso município é um bebê. Para se ter ideia, o primeiro homem que veio aqui fazer as medições iniciais de terra ainda está vivo. O mesmo acontece com um monte de outros personagens, ilustres e anônimos que estão por aí, com suas passagens de vida fervilhando no caldo da memória, esperando serem registradas antes que se apaguem definitivamente.

É fato que muito se escreveu e se pesquisou sobre o passado da nossa cidade, principalmente nos últimos anos. Muitos desses trabalhos estão lá, guardados (pra não dizer esquecidos), nos arquivos do curso de História da Unioeste. Outros trabalhos foram publicados em forma de livro – e aqui vale o reconhecimento a Venilda Saatkamp, Robson Laverdi, Jadir Zimmermann, Ana Paula Wilmsen, Maria Cristina Kunzler, Valdir Gregory, Udilma Weirich, Tarcísio Vanderlinde e outros mais que se dedicaram e ainda se dedicam a preservar os fragmentos de nosso passado.

Mas tem espaço para muito mais. Nesse momento em que Marechal Cândido Rondon comemora seu cinquentenário, seria ideal pensar seriamente na criação de um fundo municipal para financiar pesquisas de cunho histórico, quem sabe em uma parceria com o curso de História da Unioeste. Esse mesmo fundo poderia bancar também a publicação desses materiais em livros, em filmes, em fotos e no que mais for possível.

O jeito de gerenciar é o de menos. O que não podemos é deixar que as nossas histórias simplesmente se apaguem. E nisso o poder público tem um papel fundamental... É obrigação dele, e de todos nós, preservar as nossas memórias e identidades...

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Na foto, a primeira prefeitura de Marechal Cândido Rondon, em 1961.

5 comentários:

  1. Valeu, Cristiano!
    Concordo em número, gênero e grau!
    Parabéns!

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  2. É verdade, concordo também!!

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  3. Cristiano...

    Concordo plenamente!!!!!
    Parabéns!!!
    Tânia Maria

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  4. O problema que quando se faz um "fundo municipal" para pesquisar a "história" do Município, sempre tem um "espertinho" geralmente o que financia que quer que seu nome esteja lá ou ditar e escolher quem deve ser pesquisado.
    Concordo com você, desde que essa pesquisa seja independente e que acha um trabalho sério na preservação dessa memória... Além dos historiadores "de casa" que você citou, aqui no LEH (Laboratório de Ensino de História) têm uma gama de artigos sobre o Oeste. O que me chama mais a atenção é que em 2 anos que estou aqui e nenhum ser (Além dos estudantes de história) se quer procurou esse material. Pode ser que até mesmo não saibam da existência do mesmo ( e ai a culpa de certa forma é da própria Universidade que não divulga esses trabalhos) no entanto acho que deveria haver uma via de mão dupla para não só a pesquisa dessa história, mas também para a socialização dos documentos já existentes...
    Eu sei que eu e você temos muitas divergências teóricas e metodológicas de pesquisa em história, mas concordo com você sobre a preservação da história do município, pois como futuro historiador assim como você vejo a despreocupação não só dos ogões públicos como da própria população em conhecer a história, não só do município como do seu país... :D

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  5. O apuro e o filtro para esse tipo de história oficial seria dado pelo curso de História, daí a sugestão de inclui-lo nesse tipo de trabalho. Pra evitar mais dos mesmos...

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