terça-feira, 27 de julho de 2010
Marechal Cândido Rondon: da colonização à emancipação
No dia 25 de julho de 1960, Marechal Cândido Rondon obteve a sua emancipação político-administrativa. Assim, deixava de ser distrito de Toledo para se transformar em um dos municípios mais fortes do Oeste do Paraná.
Porém, a história de Marechal Cândido Rondon começou a ser desenhada em 1946, quando a Companhia Madeireira e Colonizadora Rio Paraná S.A. – Maripá realizou a compra de uma extensa área de terra e iniciou o projeto de colonização desta parte do extremo Oeste paranaense, tendo como meta trazer para a nova comunidade que surgia colonos gaúchos e catarinenses, descendentes de alemães e italianos.
Para convencer às famílias de agricultores a se mudarem para o Paraná, foi criada uma grande campanha, na qual se enfatizava a boa qualidade da terra, que além de ser ideal para a agricultura, também era rica florestas e rios, que garantiam madeira, caça, pesca e água.
Colonização
A ocupação do que viria a se tornar a cidade de Marechal Cândido Rondon teve início em 7 de março (*) de 1950, quando aqui se instalaram Antônio Rockenbach, Erich Ritscher e Osvaldo Heinrich. Este último, inclusive, já havia começado a trabalhar na medição de terras na região em novembro de 1949.
Já em 14 de abril daquele ano chegou Beno Weirich e, no dia 21 de junho de 1950, chegou a sua esposa Alice, grávida de sete meses, além de um filho do casal. Foi a primeira família a se instalar em Marechal Cândido Rondon.
A nova comunidade, antes de ser conhecida como General Rondon, era chamada pelos pioneiros como Vila Flórida ou Zona Bonita. O nome General Rondon somente foi oficializado em 21 de abril de 1951, por determinação do diretor da Maripá, Willy Barth. Com isso, Willy Barth homenageava o general Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, que no início do século passado comandou a implantação de linhas telegráficas na região e que, em 1924, também esteve combatendo os revolucionários da Coluna Prestes no Oeste do Paraná.
Para atender os colonizadores, a Maripá montou uma pequena cabana, onde os desbravadores poderiam se acomodar para realizar o trabalho de derrubada da mata. Depois, foi construído um barracão maior, a Casa do Imigrante, próxima à área onde hoje está a delegacia de polícia. Ali, as famílias recém chegadas eram recebidas e então encaminhadas para as terras que haviam adquirido para iniciar a nova vida.
Era uma iniciativa corajosa deslocar-se até a região, carente de estradas, de alimentação, de energia elétrica, de água encanada e de um comércio para atender as necessidades básicas das novas famílias. Isso sem contar o atendimento médico, praticamente inexistente no início da colonização. Essa situação de quase total isolamento também dificultava a comercialização dos primeiros produtos que começavam a ser cultivados em Marechal Cândido Rondon.
Mas com trabalho e dedicação essa realidade começou a mudar. Dois anos depois, a então vila de General Rondon já possuía uma estrutura que atendia as necessidades mais imediatas dos moradores, assim como algumas lojas. Daí em diante o desenvolvimento foi cada vez maior, tanto que em setembro de 1958 aconteceu a primeira feira agropecuária, na área onde hoje existe a Praça Dealmo Selmiro Poersch, localizada em frente à matriz católica. O evento contou com a presença de autoridades estaduais, como o governador Moisés Lupion.
Emancipação
O rápido desenvolvimento da vila General Rondon possibilitou que, dez anos depois do início de sua colonização, ela se tornasse município. Contudo, antes disso, a sua organização política e administrativa passou por fases importantes. Uma delas foi a visita do governador Bento Munhoz da Rocha Neto, que esteve em Toledo em 1952 e ficou impressionado com o desenvolvimento que estava ocorrendo nesta região do Estado. O governador ficou tão animado que em 1953 elevou Toledo à instância de comarca.
Nesse mesmo ano, a comunidade rondonense foi oficialmente promovida a distrito administrativo de Toledo e denominada de Vila General Rondon, através da Lei Municipal nº 17, de 6 de julho de 1953. Em 1956, os moradores da vila elegeram seus primeiros vereadores. São eles: Helmuth Koch (PSD), Simão Scherer (UDN) e Arlindo Alberto Lamb (PTB), que chegou a assumir a presidência da Câmara de Toledo nos anos de 1957 e 1958. Os principais pedidos encaminhados pelos vereadores rondonenses ao então prefeito Egon Pudel era para a construção de pontes, estradas, escolas e para nomeação de mais professores.
A emancipação político-administrativa de Marechal Cândido Rondon aconteceu em 25 de julho de 1960, através da aprovação de um projeto de lei do deputado estadual Luis Alberto Dall’Canalle. O mesmo documento aprovava a emancipação de outros 57 municípios no Paraná. O documento é a Lei Estadual nº 4.245. Já no dia 15 de setembro de 1960, o governador Moisés Lupion visitou o recém criado município. Na oportunidade, Ari Branco da Rosa foi nomeado prefeito interino, função que ocupou de 05 de agosto de 1960 a 25 de janeiro de 1961, quando foi destituído pelo então governador Ney Braga.
Já instalação de Marechal Cândido Rondon se deu em 2 de dezembro de 1961, sendo que a comarca rondonense foi instalada em 2 de julho de 1970.
(*) Para homenagear os pioneiros, a Lei Municipal nº 3.466, de 17 de fevereiro de 2003, firma que a data de 7 de março é o Dia do Pioneiro.
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LEGENDA: Vista da Vila General Rondon, na década de 1950.
CRÉDITO: Arquivo Centro de Pesquisa
(Cristiano Viteck, O Presente - 50 anos de Marechal Cândido Rondon _ JULHO/2010)
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Acho interessante conhecer a história aqui da região oeste.
ResponderExcluirSerá que na Biblioteca Municipal tem algum livro com com fotos sobre história de Marechal?
Tem alguns livros obre a história sim...
ResponderExcluirValeu, Cris!
ResponderExcluirBelo trabalho!
Parabéns!
Muito legal seu blog Cris.
ResponderExcluirUm grande abraço!
EU GOSTARIA DE SABER SOBRE A FAMÍLIA MONTEIRO, DONA REGINA MONTEIRO, ERAM DONOS DE UMA SORVETERIA NA ÉPOCA, MORADORES DE 1967, SE ALGUÉM SOUBER POR FAVOR FALEM COMIGO INBOX
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