Disco foi gravado em 1967, mas só lançado no final de 2013 |
Recebi na semana passada um dos itens mais legais da minha coleção de discos dos Ramones. Na verdade, este nem se trata de um disco da banda, mas o primeiro trabalho feito por Joey Ramone como “produtor” musical, em 1967, quando tinha apenas 16 anos. Na época ele era apenas Jeff Hyman e ainda levaria sete anos para ficar conhecido como o cantor Joey Ramone.
Jeff e o irmão Mickey tiveram suas vidas transformadas pelo rock and roll na infância, quando ouviram pela primeira vez no rádio a música “La Bamba”, sucesso de 1958 do cantor Ritchie Valens. Daí para frente o rock passou a ser o interesse maior dos dois irmãos, que ainda crianças começaram a compor e tocar suas primeiras canções.
Purple Majesty era o nome de uma banda que Mickey (baixista) formou em 1966 com seus amigos Doug Scott (vocal e guitarra) e Andy Ritter (bateria), quando todos tinham apenas 12 anos. O trio escreveu algumas canções que chamaram a atenção de Jeff que, no inverno de 1967, decidiu “produzir” um disco do Purple Majesty.
Joey Ramone e o irmão Mickey poucos anos antes do Purple Majesty |
Mesmo sem entender merda nenhuma sobre gravação, Jeff pagou o aluguel de uma hora no estúdio Sanders e levou o trio para gravar duas músicas: “In This Day and Age” e “I Can’t Keep From Crying”. Cada membro da banda e o produtor saíram do estúdio com uma cópia do disco que foi gravado. Mas aí o Purple Majesty logo acabou e se tornou apenas uma lembrança. A vida seguiu e Mickey se dedicou a outros projetos musicais como as bandas Rattles e Stop e Jeff, bem, ele se tornou Joey Ramone.
Conforme contou Mickey, 30 anos depois da gravação acreditava-se que as únicas quatro cópias daquela primeira e última sessão de gravação do Purple Majesty estivessem perdidas para sempre. Foi por acaso Doug Scott encontrou o seu exemplar guardado dentro da capa de um disco dos Beach Boys. Mas foi só no final de 2013, 47 anos depois de gravadas, que as duas canções foram lançadas pelo selo nova-iorquino Norton Records em uma edição limitada a apenas algumas centenas de cópias em vinil colorido de sete polegadas.
Claro que as canções não têm nada de especial e a qualidade da gravação é mais tosca ainda, comprovando que como produtor Joey Ramone ainda estava anos-luz atrás do seu ídolo, o notório produtor Phil Spector.
Mas, esse disquinho do Purple Majesty vale como um registro histórico. Ele prova de que ainda adolescente o futuro cantor dos Ramones já acreditava naquele que seria o maior lema do punk rock: o faça você mesmo.
Então, dá ou não vontade de ter esse disquinho na sua coleção?
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