O trabalho nasceu por acaso, mas tem merecido elogios de
quem põe os olhos. Trata-se do “Rahma Projekt”, que como define o criador, “nasceu
pelo desejo de criar simplesmente pelo prazer de criar. Uma válvula de escape
que junta duas das minhas paixões: design e rock'n'roll.”
Com mais de 140 ilustrações produzidas ao longo dos últimos
dois anos, o professor de design gráfico Rafael Hoffmann, de Criciúma (SC),
traduz em imagens canções de artistas nacionais e internacionais. Em alguns dos
trabalhos basta bater o olho na arte e sacar de qual música trata. Em outros é
preciso pensar um pouco mais.
A coisa fica mais fácil se quem aprecia o Rahma Projekt
possui uma boa bagagem de conhecimento musical. Mas se a bagagem não for muito
grande, também vale apreciar as canções ilustradas que, obviamente, já estão
sendo vendidas. Afinal, são ótimas peças de decoração – também em formato de
almofadas, canecas e camisetas, além dos pôsteres.
Batemos um papo internético rápido com Rafael Hoffmann sobre
o Projekt. Leia abaixo:
Rolling Stones - "It's only rock and roll" |
Há quanto tempo existe
e como foi que nasceu o projeto Rahma Projekt?
As primeiras ilustrações são de 08 de junho de 2011. O
projeto não foi uma coisa pensada, planejada. Foi muito espontânea. Naquele
dia, em um momento em que estava passando um período meio conturbado, com
dúvidas profissionais e com sobrecarga de trabalho, eu estava ouvindo em loop de
música “Fox on the Run”, do Manfred Mann, que tinha uma relação com o que eu
estava sentindo. Ao ver uma imagem qualquer na internet, deu um
"estalo" e simplesmente abri um programa e tentei expressar
graficamente o refrão. Gostei do resultado, me senti melhor e entrei no piloto
automático. No dia seguinte já tinha mais umas seis ou sete ilustrações e aí a
coisa deslanchou. Não conseguia pensar em outra coisa.
Você logo mostrou
esse trabalho para outras pessoas ou era algo mais pessoal mesmo?
De início não. Mas passado algum tempo eu comecei a publicar
de forma anônima na internet através do Flickr para ter um retorno, ver o que
outras pessoas achavam.
Deve ter ficado satisfeito
com o feedback...
Bastante, foi bem acima das expectativas. Como era uma coisa
bem pessoal, não achei que outras pessoas iam curtir tanto.
Esse seu trabalho
remete a uma "cultura" que não existe muito aqui no Brasil, mas que é
forte nos EUA e na Europa, que são os cartazes de shows, com ilustrações
belíssimas. Esse seu trabalho sofre algum tipo de influência nesse sentido?
Claro, como designer sou maluco por cartazes em geral, mais
especificamente os de shows. Inclusive, eles são meu tema da dissertação de
mestrado em que vou falar sobre os cartazes do movimento psicodélico em São
Francisco.
Que artistas te
inspiram nessa forma de trabalho?
Cara, é uma mistureba de inspiração... Mas sou muito fã do
trabalho do Saul Bass, responsável por alguns dos pôsteres e aberturas de
filmes mais clássicos do Hitchcock. Gosto muito também da simplicidade
carregada de significado do trabalho do Alexandre Wollner. Lester Beall, Paul
Rand e Lucian Bernhard também são referências constantes, além de nomes mais
atuais como Olly Moss, Mico Toledo, Pedro Vidotto e Noma Bar.
Há interesse em
comercializar esse trabalho?
Na verdade eles já são comercializados há algum tempo. Eu
procuro terceirizar tudo para não me estressar com nada além da criação.
Existem várias lojas/sites que fazem esse "meio de campo", como Urbanarts, Uzinga e Vandal.
Legião Urbana - "Faroeste Caboclo" |
Guns n' Roses - "I used to love her" |
The Doors - "Light My Fire" |
Creedence Clearwater Revival - "Bad Moon Rising" |
Johnny Cash - "Ain't no Grave" |
Engenheiros do Havaí - "O Papa é Pop" |
Eagles - "Hotel California" |
Ramones - "Merry Christmas" |
Leopoldo & Valéria - "Expresso do Rock" |
Pearl Jam - "Jeremy" |
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Para ver mais acesse:
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