quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A nossa Biblioteca Cidadã


Inaugurada há pouco menos de um mês, a Biblioteca Cidadã foi um presente e tanto para o aniversário de Marechal Cândido Rondon. Pequena, mas aconchegante, foi construída ao lado do posto de saúde do bairro São Lucas. A biblioteca foi criada através de parceria entre governo do Estado e prefeitura. Conta com um acervo bem modesto, de cerca de dois mil livros. Mas, em literatura, o que importa é a qualidade e a não a quantidade, não é mesmo?

Livros de literatura que vão de autores clássicos até escritores da nova geração, sejam brasileiros ou estrangeiros; títulos sobre história, política, cinema, música, moda, best-sellers. Está tudo lá, novinho, esperando a visita dos rondonenses. Minha visita ao lugar rendeu: encontrei o livro “Tropicália: uma revolução na cultura brasileira”. Um título que estava ensaiando comprar e que custa a “bagatela” de R$ 140,00. Na biblioteca o empréstimo saiu de graça.

Pergunto para a bibliotecária se o espaço tem sido bem frequentado e ela diz que sim. Minha carteirinha é de número 43: contando desde o dia em que a Biblioteca Cidadã foi inaugurada, dá uma média de dois novos leitores cadastrados por dia. Não chega a ser ruim, mas pode melhorar.

E falando em leitura, a Câmara Brasileira do Livro divulgou dias atrás que o brasileiro está comprando mais livros, motivados, principalmente, pela queda dos preços. Nada muito significativo: uma redução de cerca de 4,5%. Pouco, mas já é alguma coisa. Resultado: no ano passado, comparado com 2009, a venda de livros no Brasil cresceu 13,12%.

Dados da pesquisa indicam ainda que um meio de comercialização que tem crescido bastante é a venda de porta em porta, por catálogo. Por exemplo, a Dona Maria que há tempo vende Avon, enquanto oferece cremes e desodorantes pra sua vizinha Lucinha, agora também aproveita pra incentivá-la a comprar em um mês um livrinho do Dan Brown, no outro mês um livrinho do Paulo Coelho e assim vai.

Só que não adiante discutir. Livro no Brasil é caro e são poucos que têm grana ou disposição de comprar. Daí a importância das bibliotecas públicas, como a recém inaugurada em Marechal Cândido Rondon. Mas de nada adianta construir bibliotecas se as pessoas não tiverem o prazer da leitura. Daí a importância dos pais e professores estimularem a paixão pelos livros. Mas nada de enfiar livros goela abaixo da molecada, ainda mais se forem xaropices do José de Alencar. Obrigar adolescente a ler “Iracema” e “Senhora” é matar a vontade de qualquer um de ler para o resto da vida!

Acredito que é negócio é apresentar livros bacanas de autores que entrem em sintonia com as ideias da molecada de hoje em dia. Funcionou comigo, talvez funcione com os outros também. Despertados para o prazer da leitura, terão o resto da vida para entender e apreciar um Machado de Assis da vida. Também tem que cativar pelo exemplo e sem aquele papo chato de que ler é importante pra aprender mais sobre o mundo, pra escrever melhor e bla blá blá.

O amor pela leitura surge quando ela é descompromissada, sem outro objetivo maior do que o puro prazer proporcionado pela companhia de um livro. A literatura basta por si só.

Um comentário:

  1. É isso mesmo Viteck, concordo... se tivéssemos mais leitores quiça não teríamos textos tão horríveis em e-mails, facebooks, msns e todos os lugares da Internet. Vejo cada coisa em trabalhos de alunos que realmente tenho vontade de chorar!

    A leitura é o único jeito.

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